"Most divers seem to act as though having a c-card means that they have mastered all of the skills of the sport. Wrong. The c-card only means that they now have a license to practice and a lifetime to learn."

(Rhea DW, 2004)


"A maioria dos mergulhadores parece agir como se ter uma credencial significa dominar todas as habilidades do esporte. Errado. A credencial significa apenas que eles possuem agora uma licença para a prática e uma vida inteira para aprender."

(Rhea DW, 2004)


"Muitas vezes vemos coisas e dizemos: Por que? Sonhamos coisas que nunca existiram e dizemos: Por que não?"

(George Bernard Shaw)


"Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário".

(Albert Einstein)

segunda-feira, 19 de março de 2012

Curso Essentials Diver - IANTD (International Association of Nitrox and Technical Divers)

Características do curso Essentials Diver, oferecido para mergulhadores certificados:
(Fonte: IANTD BRASIL)

Este nível intermediário de educação contínua é desenhado para permitir que mergulhadores certificados melhorem sua performance no mergulho, revisem e coloquem em prática o essencial aprendido em qualquer programa de mergulho. As técnicas e conhecimentos adquiridos neste programa preparam o mergulhador para estágios de desenvolvimento mais avançados. O programa  Essentials Diver é recomendado para todos os mergulhadores que desejam melhorar a performance e competência durante seus mergulhos. Este programa não qualificará o mergulhador a mergulhar mais fundo do que é permitido pela sua certificação prévia.

Pré-requisitos:

  • Certificação de Open Water (Nitrox) Diver ou equivalente.
  • Idade mínima de 15 anos com autorização dos pais ou responsáveis legais, ou um mínimo de 12 anos para qualificação de Junior Diver, ou 18 anos sem autorização prévia.

Limites do programa:

  • Nenhum mergulho pode ser conduzido em profundidades maiores que a qualificação do aluno.
  • Todos os mergulhos devem enfatizar o trabalho em equipe e a interação com o dupla.

O curso possui várias etapas:

Educação:
Usando uma combinação de manuais, sessões em sala de aula e discussões com o instrutor, você vai começar a entender os princípios físicos do mergulho e particularidades sobre o mundo subaquático.
Habilidades:
Por meio de habilidades em águas confinadas, normalmente em uma piscina, você vai aprender habilidades que vão deixá-lo mais confortável debaixo da água e que vão ajudá-lo a aproveitar o mundo subaquático em ambientes reais.
Águas Abertas:
É recomendado a realização de 4 mergulhos em águas abertas em profundidade não superior a 15 metros. Um dos mergulhos pode ser realizado em uma profundidade de 30 metros, desde que o mergulhador possua certificação prévia que permita que o mergulho seja realizado. Nenhum mergulho deve ser realizado em profundidades superiores a qualificação prévia do mergulhador.

Material Didático

O material didático é apenas a primeira parte do sistema educacional. Você e o seu instrutor IANTD são partes igualmente importantes. Neste curso, assim como em qualquer curso IANTD, você vai aprender habilidades e adquirir conhecimentos que o ajudarão a continuar a sua jornada. Entretanto, habilidades e conhecimentos não são suficientes, você também deve adquirir as ferramentas corretas para conduzir mergulhos seguros.

Veja o vídeo promocional no site: www.iantdbrasil.com.br

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Carta aos mergulhadores

(Por Jacques Yves Cousteau)

Quem somos nós?

Como todos os seres humanos, nascemos no coração marrom da mãe – terra. Temos braços e pernas e respiramos oxigênio que vem dos pulmões. Passamos grande parte da nossa vida na posição vertical, que nos dá uma maior autonomia e um maior conforto na terra. Vistos superficialmente, somos iguais a todos os seres humanos, mas analisando profundamente, alguma coisa nos faz diferente.

Nascemos com os olhos acostumados ao azul das águas. Temos um corpo que anseia pelo abraço do mar e pulmões que aceitam grandes privações de ar, apenas para prolongar nossa vida no mundo azul. Somos homens e mulheres de espírito inquieto e buscamos na nossa vida mais do que nos foi dado. Passamos por grandes provas para aproximarmos dos peixes, transformamos nossos pés em grandes nadadeiras, mantemos o calor do nosso corpo com peles falsas e chegamos até a levar novos pulmões em nossas costas.

E tudo isso para quê?

Para podermos satisfazer uma vontade, uma paixão, um sonho. Porque nós, algum dia, de alguma maneira, fomos apresentados a um mundo novo. Um mundo de silêncio, de calma, de mistério, de respeito e de amizade. Esta calma e este silêncio nos fizeram esquecer da bagunça e da agitação do nosso mundo natal. O mistério envolveu nosso coração sedento de aventura e aumentamos o respeito que aprendemos a ter pelos verdadeiros habitantes deste mundo.

Respeito este que, só depois de ter percebido a inocência de um peixe, a inteligência de um golfinho, a majestade de uma baleia, a força de um tubarão, o encanto de um naufrágio e a beleza de uma caverna, podemos compreender.

E quanto à amizade?

Quando vamos até as profundezas, descobrimos que ali jamais poderíamos viver sozinhos, então levamos mais alguém. Esta pessoa, chamada de dupla, companheiro ou simplesmente amigo, passa a ser importante para nós. Porque além de poder nos auxiliar em momentos difíceis, até mesmo salvando nossas vidas, passamos a compartilhar tudo o que vimos e tudo o que sentimos. De duplas, passamos a ter equipes e estas equipes passam a ser cada vez mais unidas.

Assim entendemos que somos todos velhos amigos, mesmo que não nos conheçamos. Este elo que nos une é maior do que todos os outros que já encontramos, faz de nós mais do que amigos, faz de nós mais do que irmãos, faz de nós mergulhadores!



sábado, 21 de janeiro de 2012

Mergulhadores encontram cofre e pertences do capitão do navio Costa Concórdia




Na data de 21 de janeiro, mergulhadores da Marinha retiraram do navio Costa Concórdia o cofre do capitão Francesco Schettino, a pedido da Procuradoria de Grosseto.

A equipe também recolheu malas, o passaporte e outros documentos da cabine de Schettino, que se encontrava na parte submersa da embarcação.

A operação foi completada durante a tarde e teve o objetivo de recolher provas contra o capitão, já que podem existir documentos relevantes para a reconstituição dos fatos que levaram ao naufrágio.

Schettino cumpre prisão domiciliar diante da acusação de homicídio culposo e de ter abandonado o navio antes de concluída a retirada dos 4.200 passageiros e tripulantes.

Fonte: ANSA.it e UOL Notícias.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mergulhadores de caverna participam de resgate de desaparecidos no naufrágio do navio Costa Concórdia

Especialistas no mergulho em cavernas são chamados pela marinha italiana para vasculharem o interior do navio Costa Concórdia, que naufragou na noite de 13 de janeiro de 2012, próximo da Ilha de Giglio (Itália). Os mergulhadores de caverna dominam técnicas de mergulho e navegação em ambientes escuros e com teto, e foram requisitados para realização de busca por desaparecidos entre os escombros que se encontram submersos nas águas geladas do Mar Tirreno.
Os boletins metereológicos não são nada animadores. Foi prevista uma forte ressaca e existe o receio de que o navio, inclinado 30 graus sobre seu lado direito, possa afundar completamente, acabando com toda esperança de se encontrar algum sobrevivente. Do banco de areia de 37 metros de profundidade, o navio poderia deslizar em direção a uma depressão de 90 metros pronta para engolir a embarcação rumo às profundezas.
Vejam as fotos abaixo:














(Fonte: Notícias Terra)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Mergulho adaptado foi tema de matéria na Revista Mergulho - edição de novembro de 2011


                       Do site Bonito Brasil Passeios e Ecoturismo  e reprodução Revista Mergulho

Texto: Pedro Sibahi
Participação especial: Divina Célia Garcia
Colaborações: Lúcia Sodré e Rodrigo Nuno Peiró Correia

A edição  n° 184 da Revista Mergulho apresentou uma reportagem especial sobre o mergulho adaptado,  que no ano de 2011 acompletou 20 anos, possibilitando ao portadores de deficiência e mobilidade reduzida a oportunidade de vivenciar esta experiência.

O texto "Superação debaixo da água" escrito por Pedro Sibahi, revela a história da professora de Português, Divina Célia, que mora no Mato Grosso do Sul e possui paralisia nos dois lados do corpo.

Além do relato de Divina, o texto apresenta informações como o perfil de quem busca a prática do mergulho adaptado, os documentos necessários para realizá-lo e entrevistas com Lúcia Sodré (professora de Educação Física especializada em atividade física adaptada e instrutora de mergulho autônomo) e com Rodrigo Nuno Peiró Correia (profissional de Educação Física, mergulhador técnico e instrutor pela International Association of Nitrox and Technical Divers - IANTD).

Divina Célia mergulhou uma única vez  e escolheu as águas de Bonito (MS) para realizar seu sonho, proporcionado pelo instrutor de mergulho Ismael Escote. Ela mergulhou oito anos atrás e revelou à Revista Mergulho que foi uma das experiências mais marcantes da sua vida, e que o meio aquático proporciona às pessoas com deficiência a igualdade com os outros... "pois todos precisam superar as dificuldades de movimentação, de comunicação e a limitação de tempo para respirar".

Parabéns Divina Célia e continue!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

BOAS FESTAS!

Caros amigos mergulhadores e todos aqueles que prestigiam o Blog Mergulho Scuba,

Feliz natal e um próspero ano novo repleto de realizações!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mergulho Técnico no naufrágio da Corveta Ipiranga V17 (Fernando de Noronha - PE - Brasil)

Mergulho Técnico realizado no naufrágio da Corveta Ipiranga V17, em 2008, por Rodrigo Nuno Peiró Correia e Ismael Escote (Atlantis Divers).

Gás de fundo: Trimix 21/20
Gases para descompressão: EAN 50 e O2
Profundidade máxima: 60 metros








Histórico

A Corveta Ipiranga - V 17, foi o quarto navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, ao riacho histórico de São Paulo. As Corvetas classe Imperial Marinheiro foram idealizadas e mandadas construir pelo Almirante Renato de Almeida Guillobel, em sua gestão a frente do Ministério da Marinha. Foi construída pelo estaleiro C.C. Sheepsbower & Gashonder Bedriff Jonker & Stans, em Rotterdam, Holanda. Teve sua quilha batida em 17 de outubro de 1953, foi lançada ao mar em 26 de junho de 1954 e foi incorporada em 6 de janeiro de 1955. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Ediguche Gomes Carneiro.

As Corvetas classe Imperial Marinheiro, foram originalmente concebidas, como navio guarda-costas, rebocador, mineiro e varredor. Já nos anos noventa, as unidades remanescentes mantinham apenas as características de unidade de patrulha (guarda-costas) e salvamento (rebocador). Seus trilhos para lançamentos de minas e paravanas de varredura não existem mais a bordo. Atualmente a maior restrição das Corvetas nas missões de patrulha é a sua baixa velocidade em relação às velocidades atuais dos navios mercantes. A Corveta tem uma velocidade máxima mantida de apenas 12 nós.


                                                                  Cronologia 


1963
Realizou comissão nos penedos de São Pedro e São Paulo.

1966
Em setembro, rebocou o NB Faroleiro Santana - H 28, que havia sofrido avaria do motor proximo ao farol da Ponta do Mel, de Macau-RN para Recife-PE.

1968
Em 15 de dezembro, sob o comando do Capitão-de-Corveta Heitor Alves Barreira Júnior, partiu de Recife para realizar comissão nos penedos de São Pedro e São Paulo. Nessa comissão foi montada a estação da qual foi realizada a primeira transmissão de radio amador.

1971
Em março, durante patrulhamento do Mar Territorial Brasileiro na área do 3º Distrito Naval, a Cv Ipiranga apresou o B/P “Yeon Kwang”, de bandeira da China Nacionalista (Taiwan), que estava pescando ATUM, a 25 milhas do litoral sul do Rio Grande do Norte. Em seguida, conduziu o pesqueiro até Recife que, na época, era a sede do 3º DN. O Barco Pesqueiro depois de permanecer apresado em Recife por 15 dias, e de pagar uma pesada multa foi liberado. É interessante notar, que o Decreto-Lei que estabeleceu o Mar Territorial de 200 Milhas havia sido assinado a apenas alguns dias, e esse Barco Pesqueiro foi o primeiro estrangeiro preso nas 200 Milhas brasileiras após a entrada em vigor do novo Mar Territorial. Esse apresamento, realizado pela Ipiranga, foi noticia nos principais jornais do pais, e foi alvo de uma reportagem da revista semanal “Cruzeiro”, o mais importante semanário da época.

1979
No segundo trimestre, foi colocada como navio de prontidão permanente do SALVAMAR na área do 3º Distrito Naval.
Em agosto, resgatou quatro sobreviventes do veleiro sul-africano "Mon Amie", encalhado no Atol das Rocas, a cerca de 140 milhas de Natal. O veleiro havia deixado a Ilha de Fernando de Noronha com destino a Fortaleza. Os sobreviventes foram removidos para o 3º Distrito Naval.

1980
No segundo trimestre, foi colocada como navio de prontidão permanente do SALVAMAR na área do 3º Distrito Naval. 
1982
Participou da Operação "COSTEIREX-NORDESTE 82" realizada ao longo do litoral de Alagoas e no porto de Maceió. Também tomaram parte na operação, as Cv Purus e Forte de Coimbra, os NaPaCo Poti e Pirajá, e os NV Aratu, Araçatuba e Anhatomirim, além de tropas dos Grupamentos de Fuzileiros Navais de Salvador-BA e Natal-RN, helicópteros da Força Aeronaval (ForAerNav) e membros do Grupo de Mergulhadores de Combate (GruMec), num total de aproximadamente 600 homens.

Foi o "Navio Socorro Distrital" do 3º Distrito Naval.

1983
Em outubro, naufragou, durante uma comissão em Fernando de Noronha. Seus destroços encontram-se numa profundidade de aproximadamente 62 metros. 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Programas de Treinamento de Mergulho - IANTD (International Association of Nitrox and Technical Divers)

O Mergulho é uma atividade que envolve riscos independente do nível de treinamento realizado.
Ser mergulhador é um privilégio de muita responsabilidade e é exatamente por isso que a IANTD não possui apenas cursos de mergulho, mas sim, programas de treinamento. Programas estes que exigem uma participação e um comprometimento maior do futuro mergulhador.
A IANTD (Certificadora internacional de Mergulho) é "Líder em Educação de Mergulho", é conhecida pela qualidade superior de seus instrutores e pelo grau de exigência em todos os seus níveis de instrução.
Conheça mais sobre os treinamentos oferecidos pela IANTD e torne-se um mergulhador melhor preparado.

Clique acima dos quadros abaixo e em seguida mais uma vez, para melhor visualização:




Fonte: http://www.iantdbrasil.com.br/

domingo, 17 de julho de 2011

Mergulho pode ajudar paralíticos a recuperar sensações perdidas

Por Natasha Romanzoti (http://hypescience.com)

Em 1999, Cody Unser foi internada no hospital e diagnosticada com uma doença da coluna vertebral, chamada mielite transversa (MT).

No dia seguinte, ela não conseguia mais andar. Paralisada e numa cadeira de rodas, mas empenhada na sua missão de entender a MT e encontrar uma cura para a paralisia, Cody fundou a “Cody Unser First Step Foundation”, uma organização com a finalidade de ajudar pessoas na mesma condição.

Dois anos mais tarde, por insistência de sua família, ela viajou para Cozumel, no México, afim de realizar um curso de mergulho e obter sua certificação de Open Water Diver.

A perda da sensibilidade em sua perna reverteu-se com a prática regular do mergulho e seu espírito contagiou-se de energia positiva. Desde esta viagem, Cody se dedica a compartilhar os benefícios físicos e mentais que a atividade propicia. Sua organização é responsável por certificar mais de 100 veteranos de guerra.

Todos estes benefícios tem algum embasamento cientifico? Cody também está ajudando a patrocinar uma pesquisa sobre os efeitos terapêuticos do mergulho em pessoas com paralisia.

De 5 a 12 de maio de 2011, a Fundação de Cody em parceria com pesquisadores da Universidade Johns Hopkins e o Centro Internacional de Lesão Medular (ICSCI), do Instituto Kennedy Krieger ,ensinaram mergulho a veteranos de guerra com paralisia, através de seus instrutores.

Um grupo de 30 pessoas, envolvendo nove veteranos de guerra paralíticos, instrutores de mergulho adaptado,  voluntários e funcionários da Fundação Cody, se reuniram nas belas e claras águas das IlhasCaiman. A idéia era não só certificar os veteranos, mas também estudar os efeitos do mergulho no corpo humano com paralisia.

Cody adianta que a sensação de mergulhar é maravilhosa para um paralítico. Ela repete uma citação de Jacques Cousteau: “Do nascimento, o homem carrega o peso da gravidade em seus ombros. É parafusado à terra. Mas o homem só tem que afundar embaixo da superfície e estará livre”.

Segundo ela, a sensação de liberdade é multiplicada por um milhão, já que não só "desprende os parafusos da terra", como também, "os parafusos que travam o corpo à cadeira de rodas".

Os pesquisadores querem compreender cientificamente a prática do mergulho, para entender as redes psicológicas e neurológicas que atuam nos órgãos que estão acometidos por paralisia.

Cody se alegra em poder classificar o mergulho como uma opção terapêutica para pessoas com deficiência. Ela acha que a respectiva atividade pode mudar a vida de muitos e está ansiosa por esperar que tipo de resultado o estudo irá apresentar.



sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mergulhador fotografa divisão entre placas tectônicas na Islândia

Caros amigos,
A matéria abaixo foi divulgada no site da UOL Notícias (Ciência).
Vale a pena conferir!




O britânico Alexander Mustard documentou um mergulho entre as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia, que se afastam a cada ano.

O fotógrafo britânico Alexander Mustard registrou o mergulho que ele e outros colegas fizeram na fenda entre as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia.
A aventura para conhecer a "fronteira" entre as duas placas ocorreu no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia. A paisagem submersa do parque é cheia de vales, falhas e fontes de lava, formados pelo afastamento gradual entre as duas placas, que se distanciam cerca de 2,5 centímetros uma da outra a cada ano.
Os mergulhadores que participaram da expedição desceram cerca de 24 metros na fenda entre as placas, mas chegaram a até 60 metros de profundidade em cânions como o Silfra e o Nikulasargia.
Mustard, de 36 anos, diz que as imagens mostram o mundo submarino único da Islândia, que, assim como a ilha, é formado por paisagens vulcânicas.
A lava e o vapor quente na interseção entre as placas criou também a chaminé hidrotermal Arnarnes Strytur, visitada pelos mergulhadores. A água é expulsa da chaminé 80°C e forma uma coluna turva ao entrar em contato com a água do mar, que está a 4°C.
Alexander Mustard é especializado em imagens subaquáticas.

sábado, 26 de março de 2011

Matéria publicada na Revista Mergulho - Edição do mês de fevereiro de 2011



Ocorrência da câimbra no mergulho: conceitos e considerações

São poucos os mergulhadores que nunca sentiram câimbras durante um mergulho autônomo. Para aqueles que já passaram ou continuam passando por esta desagradável experiência, a câimbra pode ser considerada como uma vilã, onde a sua incidência em ambiente aquático poderá colocar em risco a segurança do mergulhador, assim como, prejudicar todo o planejamento de mergulho previamente realizado.

É importante conhecermos o que é a câimbra, quais mecanismos fazem com que ela apareça e como podemos tentar evitá-la.

Câimbras são contrações musculares intensas de um músculo isolado ou de um conjunto deles, que acontecem de forma involuntária. Estas contrações involuntárias duram alguns segundos, em geral, após um esforço físico intenso, desaparecendo repentinamente podendo-se observar um possível enrijecimento do local (MAUGHAN; GLEESON e GREENHAFF, 2000). De acordo com os mesmos autores, os músculos mais acometidos pela câimbra são o gastrocnêmio (panturrilha ou popularmente conhecido como batata da perna), os isquiotibiais (posteriores da coxa) e os abdominais. É importante destacar que estes músculos anteriormente citados são muito exigidos durante a prática do mergulho.

Conforme estudos realizados por alguns pesquisadores, os mecanismos que levam ao aparecimento das câimbras sustentam-se por quatro teorias: teoria metabólica; teoria da desidratação; teoria eletrolítica e teoria ambiental.

Segundo Foss e Keteyian, 2000, a teoria metabólica sugere que a câimbra pode ocorrer quando o músculo “intoxica-se” por metabólitos provenientes da atividade contrátil, ou seja, através do acúmulo de amônia próximo às fibras musculares, como também, do ácido lático proveniente da metabolização incompleta dos carboidratos durante o exercício (glicólise anaeróbia), que, por sua vez, libera íons de hidrogênio no interior das células das fibras musculares, aumentando a acidez do meio e afetando a contratilidade das mesmas.

A teoria da desidratação baseia-se na representatividade da redução do volume de água corporal ocasionado pela transpiração excessiva durante o exercício físico, que, consequentemente, provocará desequilíbrio dos fluidos corporais interferindo negativamente no mecanismo contrátil das fibras musculares, gerando contrações súbitas e involuntárias (GUYTON, 1988).

Conforme o mesmo autor, a teoria eletrolítica fundamenta-se na importância da presença do sódio e do potássio no processo de contração muscular, onde as ausências destes elementos contribuem significativamente para a ocorrência da câimbra. A diferença de concentração de sódio e potássio nos meios intra e extracelulares determinam potenciais elétricos nas fibras nervosas e musculares. Deficiências destas substâncias poderão ocasionar distúrbios na formação destes potenciais elétricos, afetando diretamente o controle da contratilidade das fibras musculares, gerando câimbras.

A teoria ambiental aponta mudanças extremas de temperatura, externas ao organismo, como fatores que propiciam o surgimento das câimbras. Este fenômeno ocorre devido à ação das altas e baixas temperaturas, que representam forte influência no aparecimento de distúrbios musculares. Quanto maior for a temperatura do ambiente, o que ocasionará maior elevação da temperatura corporal através do exercício físico, mais intensamente se realizarão as reações químicas que geram a contração muscular, podendo desencadear contratilidade involuntária do músculo. Na ocorrência de temperaturas muito baixas, a exposição ao frio provocará respostas fisiológicas do organismo, como exemplo, a vasoconstrição periférica. Por conseguinte, ocorrerá um prejuízo de fluxo sanguíneo para os músculos em detrimento aos órgãos vitais, podendo ocorrer o surgimento de câimbras (FOSS e KETEYIAN, 2000).

Tentativas para amenizar ou até mesmo evitar a ocorrência da câimbra, se resumem em realizarmos uma hidratação adequada, estarmos bem condicionados fisicamente, principalmente em referência ao desenvolvimento de nossa flexibilidade através da realização de exercícios de alongamento, enfatizando sempre a importância da orientação por profissionais especializados.

Uma hidratação adequada ajudará o mergulhador a evitar a desidratação e consequentemente uma possível câimbra, ao realizar um mergulho prolongado e que promova um desgaste acentuado. De acordo com Foss e Keteyian, 2000, a hidratação ideal é aquela que se inicia antes do exercício físico (pré-hidratação), ou seja, recomenda-se a ingestão de 150 ml de água a cada 15 minutos nos 60 minutos que antecedem sua prática. Segundo o autor, a hidratação deve ser contínua durante o exercício físico (100 a 200 ml a cada 10-15 minutos), porém, por razões óbvias, o mergulhador não poderá fazê-la em ambiente subaquático. Após o mergulho, a ingestão de água continua sendo de grande importância para que o organismo restabeleça sua perda, gerada pelo esforço acentuado durante a atividade. Em complemento a ingestão de água, o consumo de bebidas isotônicas ou sucos de frutas é recomendado para a reposição eletrolítica, principalmente do sódio e do potássio.

Pesquisas apontam para dados relevantes, onde em situações de princípio de afogamento em banhistas, a câimbra foi o fator principal para desencadear as ocorrências (FOSS e KETEYIAN, 2000). A prática de exercícios de alongamento antes da realização do mergulho é fundamental para “preparar” os músculos para uma exigência maior, assim como, após o seu término. As fibras musculares quando alongadas ganham maior elasticidade otimizando sua contratilidade, fator que poderá reduzir a incidência da câimbra. Muitos mergulhadores são surpreendidos por câimbras na região posterior da perna (panturrilhas), fato muito comum durante prática do mergulho autônomo, deste modo, é necessário tranquilidade para o gerenciamento e resolução do problema. O procedimento mais adequado nesta situação é segurar com as mãos as pontas das nadadeiras e puxá-las ao encontro dos joelhos.

Em depoimento particular, em certa ocasião quando realizava um mergulho técnico, fui acometido por uma violenta câimbra nas panturrilhas da perna durante a fase de descompressão, o que fez com que eu tivesse muita dificuldade para sair daquela situação desconfortável e ao mesmo tempo controlar a flutuabilidade para que permanecesse na profundidade ideal. Portanto, a preocupação com a ocorrência de câimbras, assim como, quais são os procedimentos na tentativa de evitá-la, são cuidados imprescindíveis para todo mergulhador responsável e consciente.

Ótimos mergulhos a todos, porém, livres de câimbras!

Prof. Ms. Rodrigo Nuno Peiró Correia


Referências Bibliográficas:



FOSS, M. L.; KETEYIAN, S.J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. Traduzido por Giuseppe Taranto. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2000.


GUYTON, A.C. Fisiologia humana. Traduzido por Charles Alfred Esberard. Rio de Janeiro:Guanabara koogan, 1988.


MAUGHAN, R.; GLEESON, M.; GREENHAFF, P. Bioquímica do exercício e treinamento. Traduzido por Elisabeth de Oliveira e Marcos Ikeda. São Paulo: Manole, 2000.


quarta-feira, 2 de março de 2011

Matéria publicada na Revista Mergulho - Edição do mês de janeiro de 2011





Treinamento mental para um mergulho justo e perfeito

Sabemos que uma condição física ideal contribui significativamente para o desempenho positivo dos praticantes de um determinado esporte, o que não é diferente no mergulho autônomo. Porém, somando-se a este fator, o treinamento ou preparação mental do indivíduo para determinada atividade esportiva é fundamental para que os resultados advindos de sua prática sejam satisfatórios.
O treinamento mental ou preparação mental tem como objetivo permitir que o esportista alcance as condições ideais de rendimento através da aprendizagem e do desenvolvimento de habilidades mentais (FOURNIER,1997).

Segundo Pineschi, 2010, o treinamento mental é uma modalidade de intervenção psicológica muito utilizada pela Psicologia do Esporte. É essencialmente voltado para o contexto esportivo e otimização do rendimento, e pressupõe um foco educacional e uma relação psicopedagógica entre treinador mental e indivíduo.

Fazendo-se um paralelo com a prática do mergulho autônomo, os mergulhadores, sejam eles iniciantes ou experientes, muitas vezes se deparam com situações inusitadas ou imprevistos subaquáticos que os colocam em situação de pânico e desespero, o que pode desencadear potenciais riscos a sua integridade. Estas situações podem ocorrer durante um simples mergulho raso em águas abertas, bem como, em mergulhos mais complexos com correnteza, em cavernas, naufrágios com teto e em mergulhos descompressivos. Emergências ocorridas por falha de equipamento, ausência de luz em determinados ambientes, desorientação subaquática ou perda de flutuabilidade, exigem tomada de decisão imediata por parte do mergulhador para garantir sua segurança, bem como, de seu dupla ou equipe.

É importante destacar a necessidade da preparação mental para a realização dos mergulhos. Ela pode ser feita através da visualização antecipada das tarefas e dos procedimentos a serem realizados e, para isso, é fundamental que o mergulhador se concentre e esteja atento a todas as situações desde o início, no planejamento e na montagem dos equipamentos, bem como, na execução do mergulho e na saída do ambiente aquático.

Um programa de preparação mental envolve várias sessões e compreende três etapas principais: formação, treinamento e aplicação. A fase de formação consiste na aprendizagem de diferentes técnicas de treinamento mental, através da realização de exercícios e na identificação dos procedimentos que atendam as necessidades do indivíduo em cada uma das habilidades psicológicas incluídas no programa. O treinamento responde pela repetição das técnicas escolhidas na operacionalização (implantação de adaptações, visando maior funcionalidade), como também, na automatização e integração dos procedimentos à rotina de prática. A fase de treinamento abrange o treinamento dirigido (com presença do treinador mental) e o treinamento pessoal (sem acompanhamento, realizado no período entre as sessões de treinamento dirigido). Na etapa de treinamento, a autonomia do indivíduo é reforçada para que este seja capaz de adquirir autoconfiança. O estágio de aplicação refere-se à utilização das técnicas de treinamento mental que foram assimiladas e treinadas durante as atividades em um contexto estressante (PERREAUT-PIERRE, 2000).


Algumas habilidades mentais podem ser incluídas em um programa de treinamento mental, tais como: estabelecimento de metas (fixar objetivos e manejar pensamentos e comportamentos); relaxamento (controle voluntário da diminuição do tônus muscular); dinamização ou autoativação (aumento voluntário de energia quando o indivíduo não está suficientemente ativado para atuar de forma eficaz em treinos e práticas esportivas); diálogo interno positivo (pensamentos ou palavras pronunciadas que favorecem a motivação e dirigem o comportamento); concentração (foco nas informações relevantes durante todo o processo de execução da tarefa) e visualização. Esta última habilidade é mais utilizada e estudada em âmbito acadêmico e científico. Pode ser definida como uma experiência multisensorial, onde todos os sentidos são utilizados para criar ou reproduzir uma experiência no cérebro (MORRIS; SPITTLE e WATT, 2005).

No ano de 2010, tive a oportunidade de participar da primeira turma de um curso inédito no Brasil, denominado Essentials Diver, através da iniciativa do instrutor e representante da certificadora IANTD no Brasil, Luis Augusto Pedro, com a colaboração do instrutor José Mário Ventura. O curso possui como características principais, abordagem de técnicas de treinamento mental (visualização), técnicas respiratórias e de gerenciamento do stress no mergulho. Estas técnicas são adequadas aos diferentes níveis de treinamento em que o mergulhador se encontra.

Em depoimento pessoal, posso dizer com sinceridade que o respectivo curso me ajudou a interpretar a prática do mergulho de maneira mais consciente, segura e responsável. Portanto, fico à vontade para indicá-lo a todos os mergulhadores.

Bons treinamentos e ótimos mergulhos!

Prof. Ms. Rodrigo Nuno Peiró Correia


Referências bibliográficas:


FOURNIER, J. Pratique de l’imagerie. Bulletin d’entraînement mental. Paris: Association Francophone d’Entraînement Mental – AFEM, 1997.
MORRIS, T.; SPITTLE, M. e WATT, A. P. Mental Skills Training in Sport. In: TENENBAUM, G. & EKLUND, R. C. (org.). Handbook of Sport Psychology – 3rd ed. New Jersey: John Wiley & Sons, 2005.
PERREAUT-PIERRE, E. La gestion mentale du stress pour la performance sportive. Paris: Amphora, 2000.
PINESCHI, G. Treinamento mental e visualização no esporte. Informativo técnico-científico do Comitê Olímpico Brasileiro, 2010.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Matéria publicada na Revista Mergulho - Edição do mês de dezembro de 2010








Mergulho autônomo recreativo: uma atividade para todos


É raro observarmos a prática do mergulho autônomo por pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, seja ela durante os cursos realizados, saídas embarcadas de check out ou turismo, assim como, em viagens nacionais ou internacionais.

Como profissional de Educação Física, tive a oportunidade de trabalhar com estes indivíduos, planejando e aplicando atividades adaptadas que pudessem inseri-los na prática do esporte, do lazer e da recreação. Dentre estas atividades, constatei nas atividades aquáticas uma surpreendente capacidade de adaptação destas pessoas ao meio líquido, que, por sua vez, apresentaram alto índice de motivação, significativo envolvimento e engajamento no que era proposto e monitorado pelos professores.

Um ambiente aparentemente hostil para muitos, tornou-se um local de superação de limites individuais, onde os que não podiam andar em situação normal, apoiavam seus pés no fundo da piscina e procuravam se locomover com a sensação de estarem caminhando com eficácia e autonomia.

A atividade em ambiente aquático significa para a pessoa com deficiência e mobilidade reduzida um momento único. Uma situação em que consegue movimentar-se livremente, sem o auxílio de cadeiras de rodas, próteses ou muletas. Esta sensação de liberdade lhe possibilita refletir sobre suas limitações, como também, desenvolver suas potencialidades na água.

Segundo Lépore, 1999, em se tratando de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, juntamente com grande dificuldade de equilíbrio e desenvolvimento da marcha, as características peculiares da água como alta viscosidade, espessura e eliminação da gravidade, contribuem significativamente para a realização de exercícios de reeducação motora, proporcionando-lhes maior segurança na execução dos movimentos. De acordo com esta mesma autora, considerando-se os diversos tipos de deficiências, os seguintes efeitos podem ser obtidos com exercícios terapêuticos na água, tais como: aperfeiçoamento do equilíbrio estático e dinâmico; acréscimo ou manutenção da amplitude articular nos movimentos realizados; possível decréscimo de dores musculares e articulares; aumento da resistência muscular localizada; melhora da postura; diminuição de espasmos musculares propiciando relaxamento; favorecimento de melhor circulação sanguínea e elasticidade da pele, somado a um potencial desenvolvimento da orientação espacial e temporal.

Em complemento aos efeitos supracitados, as propriedades terapêuticas da água, assim como os aspectos motivacionais, estimulam o desenvolvimento da aprendizagem cognitiva e o poder de concentração, pois o indivíduo busca compreender o movimento de seu próprio corpo explorando as várias formas de se movimentar, adaptando suas limitações às propriedades da água (CAMPION, 2000).

Atualmente, sabemos que pessoas com deficiência e mobilidade reduzida praticam o mergulho autônomo recreativo com entusiasmo, mas em menor escala que outros indivíduos não possuidores de tais condições. Desta forma, a prática orientada do mergulho adaptado pode atuar como ferramenta motivacional e como benefício terapêutico aos seus praticantes. Tentativas de incentivo para o aumento de sua prática estão sendo realizadas por associações no exterior e no Brasil, como exemplos, a Handicapped Scuba Association International (HSA) e a Sociedade Brasileira de Mergulho Adaptado (SBMA), que primam pela especialização de seus instrutores para que ofereçam aos seus alunos a prática da atividade com supervisão, responsabilidade e segurança.

Para tanto, este incentivo à prática do mergulho adaptado necessita de um esforço conjunto, bem como, da cooperação e do apoio dos fabricantes de equipamentos, das certificadoras e das escolas de mergulho em promoverem cursos específicos, bem como, dos proprietários das embarcações para que as mesmas sejam adaptadas, gerando acessibilidade e inclusão.

Excelentes mergulhos!

Prof. Ms. Rodrigo Nuno Peiró Correia


Referências bibliográficas:


Campion, M. Hidroterapia: princípios e prática. São Paulo, ed. Manole, 2000. Lépore, M. Programas Aquáticos Adaptados. São Paulo, ed. Atheneu, 1999.

Lépore, M. Programas Aquáticos Adaptados. São Paulo, ed. Atheneu, 1999.